A dança de salão é uma das expressões de dança social mais antigas e populares do mundo, tendo se desenvolvido a partir de bailes realizados nas cortes reais europeias no século XV. Naquela época, a prática era restrita à nobreza, que se reunia em salões luxuosos para desfrutar de música, dança e interação social. Daí vem o termo “dança de salão”, pois essas danças eram realizadas, principalmente, em grandes salões de palácios e residências aristocráticas.


Século XIX: Popularização e Novos Estilos

  • Valsa: No século XIX, a dança de salão começou a se espalhar para além da nobreza, tornando-se popular entre diferentes classes sociais. A valsa, em particular, revolucionou a forma de dançar a dois, pois permitia que o casal dançasse abraçado, algo considerado ousado e inapropriado em períodos anteriores.
  • Expansão dos Ritmos: À medida que as danças de salão se difundiam pela Europa e pelas Américas, novos estilos surgiram. É o caso do tango argentino, que floresceu nas periferias de Buenos Aires, e de ritmos como o foxtrote e o quickstep, desenvolvidos nos Estados Unidos e na Inglaterra, refletindo a efervescência cultural de cada localidade.


Século XX: Internacionalização e Danças Latinas

  • Incorporação das Danças Latinas: No decorrer do século XX, a dança de salão passou a incluir ritmos latinos, trazendo maior diversidade e riqueza de movimentos:

    • Salsa: Nascida do encontro de ritmos caribenhos e afro-cubanos, conquistou adeptos em todo o mundo.
    • Rumba, Cha-cha-chá e Samba: Com raízes na cultura latina e africana, trouxeram sensualidade, energia e novos passos para a dança de salão.

  • Dança Esportiva: A profissionalização e as competições internacionais (como as organizadas pelo World Dance Council) levaram à criação de regras e padrões técnicos. A partir daí, estabeleceu-se a distinção entre dança de salão social (para lazer) e dança de salão competitiva ou “dança esportiva”, na qual técnica, sincronismo e postura são rigorosamente avaliados por juízes.


Dança de Salão no Brasil

No Brasil, a dança de salão ganhou características próprias, misturando elementos locais e ritmos estrangeiros. O forró, por exemplo, é extremamente popular no Nordeste; já o samba de gafieira ganhou força no Rio de Janeiro, incorporando o gingado brasileiro a passos de salão. Hoje, esses e outros estilos (como bolero, soltinho, zouk e tango) são encontrados em escolas, bailes e competições por todo o país.


Características Principais

  1. Conexão e Parceria: A marca registrada da dança de salão é a dança em dupla, privilegiando a comunicação e a sintonia entre os parceiros.
  2. Etiqueta e Socialização: Historicamente, a dança de salão esteve ligada aos códigos de conduta e boas maneiras em eventos sociais, ainda que hoje seja bem mais descontraída.
  3. Diversidade de Ritmos: Cada ritmo traz uma história, uma musicalidade e uma linguagem corporal distintas, mas todos carregam a essência de companheirismo e diversão.
  4. Inclusão: A dança de salão é acessível a diferentes faixas etárias e perfis, pois oferece benefícios físicos (como equilíbrio e condicionamento) e emocionais (interação social e autoconfiança).


Dança de Salão nos Dias Atuais

Atualmente, a dança de salão permanece viva e em constante evolução, sendo praticada tanto em eventos sociais e bailes como em competições nacionais e internacionais. Seus inúmeros estilos refletem a diversidade cultural ao redor do mundo, tornando-a uma das formas de dança mais ricas e dinâmicas, ao mesmo tempo em que mantém seu caráter essencial de celebração, convivência e arte. 

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